sábado, 13 de junho de 2009

Dia dos Namorados...passou


"Dia dos namorados, nós dois abraçados a sós"


Interessante como a humanidade consegue corromper tudo aquilo que a cerca. O dia dos namorados, também conhecido como Dia de São Valentim, é comemorado no Brasil no dia 12 de junho por ser véspera do dia de Santo Antônio, 13 de junho. Santo Antônio é conhecido como "santo casamenteiro", devido às suas pregações enaltecendo os laços familiares. O dia dos namorados, tradicionalmente uma data de troca de presentes para celebrar a união entre casais, hoje é uma data para trocar presentes. É engraçado como o marketing sempre tenta nos convencer que se comprarmos o anel tal, a roupa tal, irmos a tal restaurante, estaremos fazendo a pessoa amada feliz. Será? Será que o problema do dia dos namorados não é exatamente existir um único dia para eles, quando todos os dias deveriam ser dos namorados? E assim sentimos a pressão das forças ocultas da nossa maravilhosa sociedade: quem tem namorado(a), que compre isso, aquilo e mais um pouco. Quem não tem, que arranje um(a) para comprar do mesmo jeito. Se não arranjar, recorra às festas de solteiros para tentar desencalhar, ou seja, pague para entrar e consumir em algum lugar. Moral da história: para que serve o dia dos namorados mesmo?
Deixo, pois, para reflexão, a música do mestre genial Francisco Buarque de Hollanda, um verdadeiro mestre na tentativa de compreender o universo feminino, que certa vez descreveu os relacionamentos, pela óptica de uma donzela, assim:

O primeiro me chegou como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me negava nada, e assustada, eu disse não

O segundo me chegou como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada, e assustada, eu disse não

O terceiro me chegou como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro dentro do meu coração

Terezinha - Chico Buarque

2 comentários:

  1. Caro amigo Filipe, se voc~e não fosse meu amigo pedia pra casar contigo, tu é o cara! Nossos pensamentos são bastantes parecidos, podemos dominar o mundo, Pink e Cerebro?rsrsr

    Xeru

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  2. Dia dos namorados é um saco!

    (Patrícia Montenegro, solteira.)

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