segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Um atraso

Após três dias de atraso, é chegado o primeiro post de Outubro. O mês cujo nome talvez lembre Outono. Ou primaveira. Verão? Inverno, quem sabe. Hoje alguém muito querido, alguém que compartilha momentos de intensa vida comigo, presenciou um momento de extrema tristeza. De morte. O tal do Outono se revela de uma melancolia desastrosa. Uma prova de força, para todos que já demonstraram, ou não, essa habilidade.
Nos filmes tudo é tão mágico. O Hollywood way-of-life bem que poderia nos mandar entidades fantásticas, máquinas do tempo ou invenções mirabolantes de cientistas loucos que pudessem prever os crimes, antes que eles pudessem pensar em ocorrer. Mesmo que esse crime fosse contra a sua própria vida. Prender alguém que fosse cometer homícidio doloso contra si mesmo. Prender de si para que os outros, que ficam, não se sintam sufocados, desesperados, imersos em uma prisão que não é física, mas mental. A pior prisão do mundo.
Aos que ficam, fica a dúvida da incerteza da vida. Aos que se vão, fica a dúvida do dever não cumprido. Da falha. Da fraqueza diante de um mundo perverso, que frequentemente transforma sãos em loucos, sem sequer conseguir definir, de fato, quem é são e quem não é. Aos que ficam, fica o consolo dos amigos, que tentam reerguer ruínas esfaceladas, que se despedaçam ainda mais a cada momento. E que hão de se refazer. Com certeza vão se refazer. Pois estamos na Terra, nessa jornada chamada vida, para conjugar o verbo viver. A morte, essa sim, merece ser deixada de lado. Merece sofrer homicídio, a cada dia, assim que um olhar ao próximo justifique a existência da expressão "Bom dia". Que tentemos, pois, reerguer um "Bom dia". Após reerguer ruínas. E lutar contra si mesmos, para fazer Floresta do Deserto.


Para Ana Paula Ximenes

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