Fim de Semana

"Na boca em vez de um beijo, um chiclé de menta"

Os Engenheiros do Hawaii nos presentearam com a frase que inicia o post de hoje. Esse fim de semana tive o prazer(?) de ir a um desses pagodões que aglomeram pessoas em uma casa de show daquelas que nunca tem estacionamento perto, o ingresso é caro e a banda é, no máximo, mais ou menos. Ou seja, é uma casa de pagode como qualquer outra, de qualquer outro lugar, em qualquer outro dia. E assim acaba a parte informativa do post. Vamos à parte literária, pois. A frase da turma do Gessinger ilustra bem o que se viu: muito chiclete de menta, em vez de beijos nas muitas bocas sedentas de uma noite de sábado. A cerveja correu solta. As garrafas vazias de vodka se aglomeravam pelos cantos dos muros. E o bolso do vendedor de todas essas substâncias hipócritas comemorou alegremente as muitas notas e onças que os encheram. Mais um sábado, mais uma semana, mais uma festa. Alguns se deram bem, sairam "do zero", trocaram alguns beijinhos aqui e outros ali. E voltaram pra casa da mesma forma que foram: bêbados e sozinhos.
Interessante é notar que esse é o padrão de "diversão" anunciado na mídia: festa, mulheres, sensualidade, sexualidade e bebida. MUITA bebida. E nós todos, feito cachorrinhos no cio, nos encaminhamos "por livre e espontânea vontade" para o lugar que promete nos encher de felicidade, lotado dos atraentes seres do sexo oposto. E após gastarmos dinheiro e tempo em lugares lotados, quentes e que, em condições normais de temperatura e pressão passaríamos longe, descobrimos que a vida num é bem como a televisão prega. Incluindo-me nessa categoria de bestas, sigo para mais uma semana que se inicia, sabendo que, ao final dela, mais uma vez, estarei frequentando os mesmos lugares, com as mesmas pessoas e enfrentando as mesmas situações. Já diziam os mesmos Engenheiros: "Muito prazer, meu nome é otário".